O último balanço divulgado pelo grupo Talibã, que controla o Afeganistão, aponta que mais de 2.200 pessoas já morreram em decorrência do terremoto que atingiu o país no último domingo (31). Para piorar o cenário, novos tremores têm sido registrados na região.
O mais recente aconteceu no final desta quinta-feira (4). O abalo sísmico de magnitude 5,4 ocorreu a uma profundidade de 10 quilômetros, segundo o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ), dificultando o trabalho de resgate.

Ainda há pessoas desaparecidas
O primeiro terremoto teve magnitude 6 e deixou uma rastro de destruição, com estradas bloqueadas, vilarejos isolados e risco constante de deslizamentos. Além dos mortos, milhares de pessoas ficaram feridas. A maioria das vítimas é da província de Kunar, onde muitas casas são construídas com madeira e tijolos de barro.
O terreno acidentado e montanhoso tem dificultado os esforços de socorro. As autoridades afegãs enviaram helicópteros e comandos do exército para ajudar a localizar e resgatar sobreviventes, mas a própria natureza tem dificultado estes trabalhos.

Isso porque na terça-feira (2), apenas dois dias após o tremor, um novo abalo sísmico de magnitude 5,5 foi registrado na mesma região. Agora, um terceiro terremoto deixa a situação ainda mais dramática no país.
Não há muitas informações sobres os estragos causados pelo novo evento. Apesar disso, a Sociedade do Crescente Vermelho Afegão alerta que ainda há vítimas presas sob os escombros e o coordenador da Organização das Nações Unidas (ONU) no país acredita que o número de mortos ainda deve aumentar.
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Terremotos ampliam crise no país
- O Afeganistão é altamente vulnerável a terremotos, especialmente na cordilheira Hindu Kush, onde as placas tectônicas da Índia e da Eurásia se encontram.
- A atual tragédia é considerada uma das piores dos últimos anos e escancara a fragilidade do país, marcado por décadas de guerra, pobreza extrema e dependência de ajuda humanitária internacional.
- O desastre sobrecarrega ainda mais o governo do Talibã, já enfraquecido pela redução da ajuda externa e pela deportação em massa de afegãos por países vizinhos.